Estou envolta nestas teias, que todos me têm ajudado a tecer, um pouco de cada vez.
Estou presa, são dificeis os movimentos esporádicos que consigo fazer neste espaço limitado que me permitiram ter e onde me acomodei.
Aqui estou cansada de rastejar,
Aqui as paredes tendem a ser mais apertadas,
Aqui as janelas têm demasiada ferrugem e não as consigo abrir.
Aqui ninguém me ouve, nem eu quero que ouçam.
Tenho vergonha das rugas, das cicatrizes, das nódoas negras e do sangue que me marcam o corpo e a alma.
Marcas do tempo de prisão e castigo desta vida.
Estou adormecida e esqueço que sou humana, ainda respiro e vivo. Talvez porque raramente alguém mo fez lembrar...durante momentos tão
breves que não são suficientes para os sentir como reais.
Juro que já gritei, pedi, lutei! Juro que quis! Tive boas intenções e fui empática! Mas fui contra as barreiras que me ergueram e os murros que me
violetaram e devolveram ao lugar da minha loucura.
Senti-me derrotada tantas vezes perante essas pessoas que não precisaram fazer nada para vencerem e se rirem do pedaço de pó que sou e
que pisam e desprezam.
Choro e grito so e em silencio, abafo as minhas magoas mais uma vez.
Continuo a perguntar: Porque tanta injustiça?
Porque nao consigo mais, melhor?
Porque nao faço nada suficientemente bom?
Porque suscito tanto desagrado, criticas e desconfiança tao facilmente?
Porque nao tenho lugar?
Foi por estar de braços abertos que me pudeste abandonar.
Porque quando olho para cima, para a luz me dizem que nao o faça?
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